quinta-feira, 23 de julho de 2015

Para você que acessa o blog pela primeira vez...

Em primeiro lugar, obrigado pelo acesso.

Deixe um comentário, uma crítica, um recado - serão benvindos.

Desde o dia 17 de julho de 2015, está acontecendo a Oficina de Calceteiros / Acerta Pedra.

O nome mudou porque pela parceria que foi feita entre a prefeitura e a COPASA, achou-se por bem incluir o nome Oficina de calceteiros, justamente porque é um treinamento de profissionais do ramo, na arte da calcetaria. Eu entrei como mentor do projeto, uma participação paralela à coordenação do projeto, que está sendo feita pela secretaria de cultura e de obras da prefeitura. A COPASA participa também com seis funcionários que estão participando da oficina. Também a prefeitura participa com seis funcionários também.

Bom: para conhecer melhor o blog, sugiro uma ordem para você ler: primeiro, leia a postagem: "O folder da oficina", que é uma explicação rápida do que está acontecendo no centro da cidade.

Depois, se você se interessar mais, leia a postagem: "Projeto Acerta Pedra Diamantina 2012 repostagem..." ela conta toda a história, toda a lógica do projeto, como tive a ideia, etc. Você vai conhecer mais um pouco sobre o calçamento de Diamantina.

Depois, talvez, se você teve acesso a uma outra reportagem sobre o evento, ouviu ou tem alguma crítica a fazer, leia: "Respondendo às críticas publicadas pela internet" - nesta postagem, eu respondo algumas das críticas e dúvidas mais comuns que eu li e ouvi. Talvez seja a sua dúvida ou crítica também.

Bom, hoje vou escrever algo sobre pagamentos e recebimentos. Todos ficam curiosos não é mesmo?
Pois bem: em primeiro lugar, vou falar sobre minha participação que é voluntária, desde o início, em 2007, quando lancei o projeto. O fiz por um ideal e minha recompensa é ver o serviço pronto. Nem me importo de ficar uma ou duas semanas das férias por conta da obra - é um gosto ver o pessoal entusiasmado vendo o serviço saindo no capricho (vejam abaixo as fotos).

Quando fiz quinze anos, ganhei uma bicicleta de pneu fino e eu ficava injuriado porque ele ficava "batendo" nas quinas das pedras. Desta época, passei a prestar mais atenção no calçamento e nos estilos, fui olhando e aprendendo por mim mesmo. Meu projeto é para que este calçamento seja melhor, seja refeito aos poucos e para mim, isso representa a satisfação de ter um desejo realizado.

Um gasto: PEDRAS - as pedras, depois de retiradas, não dá para voltar exatamente no mesmíssimo lugar, só se o local fosse fotografado, as pedras numeradas e codificadas, mas como em frente à Catedral a bagunça era generalizada, no local onde descalçamos, este registro não foi feito e nem teria sentido. Bom, as pedras ao serem recolocadas, muitas serão perdidas, muitas quebram, muitas são cortadas, muitas estavam já "podres" (esfarinhando). 

Tem que haver uma reposição. Também, em áreas que tinha cimento como rejunte, este espaço vai ser ocupado com pedras. 

Ou seja: a maior despesa nesta empreitada é com as pedras. Do orçamento que foi calculado e doado pela COPASA, mais da metade foi para comprar pedras novas.

O restante do dinheiro serviu para comprar ferramentas, areia, lanche para a turma todos os dias, banner que colocamos lá na obra e os honorários dos calceteiros convidados para dar o curso. Ah! E tem mais: as ferramentas tiveram que ser muitas de cada; muitas colheres, muitas marretas, muitas linhas, muitas réguas, etc, pois são doze pessoas aprendendo o ofício. Sem contar que estamos torcendo que tudo ocorra bem, que nada dê errado ao ponto de comprometer o orçamento, que não demore muito. Existem muitos receios e eu não tenho medo de expor isso publicamente. ESTE É UM PROJETO PILOTO - vamos aprender muito com ele, como: custos, tempo de execução, quantidade de material, tudo isso, para empregar em futuros projetos de restauração de outros trechos, desta vez, maiores e mais arrojados. Lembrando mair uma vez que é uma técnica que não é usada há mais de SESSENTA ANOS! Uma coisa é espalhar pedras, alinhar, nivelar e concretar em volta. Outra coisa é usar o dobro ou mais do dobro de pedras, meticulosamente lapidadas para preencher todo o espaço. é muito diferente, muito mais demorado e principalmente - EXCLUSIVIDADE DE DIAMANTINA!

Bom, depois de toda estas explicações, vou postar uma foto de hoje - hoje o serviço andou muito! Ao final da tarde, o local ficou muito bacana! Estamos refazendo um "X" que tinha sido desmanchado com o tempo, um "X" exclusivo, que eu nunca vi em outro local daqui - só tem na direção da porta da Catedral. Soube, por meio do Wander Conceição, que aquela praça foi recalçada em comemoração aos cem anos de Diamantina, pelo prefeito Joubert Guerra e por isso também toma o nome dele. então, desde 1938, aquele trecho está sofrendo deterioração e sem receber manutenção. Estamos refazendo uma arte de 72 anos atrás! Vejam como está ficando bacana.
Um croqui, antes de iniciar a obra

A turma no batente - assentando os "traços"
Hoje à tarde (quinta feira) - como está. Veja o "X" à esquerda.

Uma vista de todo o canteiro de obras. Observe as "linhas" longitudinais e as transversais, formando os "canteiros". Na esquerda, embaixo, um canteiro já foi preenchido com os "matacões". Falta só recunhar, mas o recunhamento é feito depois de tudo assentado, tudo de uma vez. A turma toda catando os menores buraquinhos, as menores frestas e socando lascas de pedra em todos os cantos.
Feito isso, o conjunto toma uma rigidez que pode abrir ao trânsito logo de cara. 
Estão vendo um banquinho pertinho da placa de proibido estacionar? Bem na direção do holofote? Pois bem temos seis banquinhos lá. Servem para você, você mesmo, se quiser, vá lá e vá sentar-se conosco, conversar, olhar, palpitar.... e sentado no banquinho! Lhe aguardamos lá!

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