Esta é a capa do folder que conseguimos fazer por meio de patrocínios. Por dentro deste folder que conseguimos fazer por meio de patrocínios:
Abaixo, vou colar o texto que vem por dentro deste folder:
Conheça
um pouco do Projeto Acerta Pedra
Um dos
aspectos marcantes do Centro Histórico de Diamantina é o calçamento em pedras.
Antigamente as ruas foram recobertas por pedras oriundas do garimpo, que eram
roliças e davam aspecto de um doce comum na região, o pé-de-moleque.
Em meados
dos anos 1940 a 1960, iniciou-se a renovação do calçamento das ruas da cidade
com um novo estilo de pedras e também na disposição das mesmas. Chamado de
calçamento romano ou calçamento “recunhado” era feito com as chamadas “pedras-laje”
e veio para substituir o pé-de-moleque.
Este novo estilo, praticamente único no
Brasil, inspirado nas calçadas da Roma antiga, se caracteriza por ter as pedras
perfeitamente encaixadas, sem espaços entre elas, sendo que as próprias pedras
fornecem a estabilidade ao conjunto, pelo fato de serem colocadas apertadas
umas às outras, daí o nome: “recunhado” – uma alusão às cunhas de pedra que as
apertam.
Dentre as
pedras-laje, as “capistranas” se destacam por serem mais largas, por estarem
enfileiradas no meio da rua e segundo o saber local, serviam para as damas
passarem mais confortavelmente com seus saltos. As “linhas” ou “traços” são
pedras-laje lapidadas que servem para demarcar as vias de tráfego. O
entrecruzamento destas “linhas”, formam os “canteiros”, espaços geralmente de
dois por dois metros, que são preenchidos por “matacões” – pedras-laje sem
forma definida, que preenchem os “canteiros” para depois serem recunhados com
as lascas de pedra, provenientes do próprio processo de lapidação.
Estas técnicas
eram de domínio dos calceteiros, na maioria das vezes funcionários públicos.
Por demandar mais tempo para ser realizado, o calçamento recunhado caiu no
desuso e as pedras-laje passaram a ser simplesmente colocadas no solo e os
espaços entre elas preenchidos com cimento, acelerando o processo. Entretanto,
ao usar o cimento como rejunte, as pedras se deslocam com mais facilidade até
se soltarem completamente, gerando desníveis que dificultam o caminhar e o
trânsito de veículos.
Com o objetivo
de resgatar a técnica do calçamento recunhado a fim de formar mão-de-obra jovem
de modo a possibilitar recuperação do calçamento de maneira gradual, mas contínua,
a Prefeitura de Diamantina, através da Secretaria de Cultura, Turismo e
Patrimônio estabeleceu parcerias com o Projeto Acerta Pedra do diamantinense
Ricardo Lopes Rocha e a COPASA para a realização da Oficina de
Calceteiros/Acerta Pedra.
O calçamento de Diamantina é uma mostra da
arte dos nossos antepassados, que, instintivamente, usavam a escória do garimpo
para calçar nossas ruas. Uma lição de arte e sustentabilidade.
Devido ao fato de primar pela calma, amor ao
ofício e capricho na criação de mosaicos meticulosamente trabalhados, esta arte
estava na contramão do corre-corre dos nossos tempos, por isso foi relegada ao
esquecimento.
O Projeto Acerta Pedra contou com o apoio do
círculo de amigos do seu idealizador, do IPHAN, dos jornais Voz de Diamantina e
Gazeta Tijucana, Rádios 98 FM, Rádio Cidade, Rádio 97 FM e TV Vale.
Com o apoio definitivo do Prefeito Paulo
Célio de Almeida Hugo, dos secretários de cultura, Walter Cardoso França
Júnior, e de obras, Daniel Martins da Silva, foi possível tornar realidade este
projeto piloto que vem para servir de vitrine a futuros recalcamentos de
trechos de ruas em Diamantina.
Fruto da criatividade dos nossos
antepassados, temos sob nossos pés, uma verdadeira obra de arte que continua
prestando serviço e sendo usada diariamente sob a forma de pavimento.
Seja bem vindo ao canteiro de obras da
Oficina de calceteiros Acerta Pedra.
Esteja à vontade para apreciar esta arte
genuinamente diamantinense.
Equipe da Oficina de Calceteiros –
Acerta Pedra
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