segunda-feira, 27 de julho de 2015

Cartilha de calceteria

Em primeiro lugar, obrigado pelo acesso.

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Desde o dia 17 de julho de 2015, está acontecendo a Oficina de Calceteiros / Acerta Pedra.
A obra propriamente dita teve início iniciou no dia 20 de julho, em frente à Catedral Metropolitana de Diamantina, numa área de 120m2

Antes de escrever sobre o assunto do título, vou deixar umas sugestões de leitura:

Para conhecer melhor o blog, sugiro uma sequência: primeiro, leia a postagem: "O folder da oficina", que é uma explicação rápida do que está acontecendo no centro da cidade.

Depois, se você se interessar mais, leia: "Projeto Acerta Pedra Diamantina 2012 repostagem..." ela conta toda a história, toda a lógica do projeto, como tive a ideia, etc.

Se você tem alguma crítica, sugiro que leia: "Respondendo às críticas mais comuns" - nesta postagem, eu respondo algumas das críticas e dúvidas mais comuns que eu li e ouvi. Talvez seja a sua dúvida ou crítica também.



Agora vamos ao assunto da postagem de hoje:

Estou pensando em escrever uma cartilha detalhando os pormenores da técnica recunhada. É uma lógica simples, fácil de pegar na prática, mas pensando bem, isso é para quem já a observa há muito tempo como eu e tem já entendido como funciona. Por exemplo: um erro bastante comum, eu diria até, unânime, em todas as reformas que foram feitas, salvo engano: a cobertura das valas após instalação das tubulações, sejam elas de luz, água ou esgoto, ou pluvial era feita (pelo menos que eu me lembre) com a própria piçarra do local. E isso é um erro que condena o trecho remendado ao fracasso. O material a ser colocado para compactar deve ser esta terra vermelha cascalhenta, com liga mas misturada com areia. Ela, após compactação, não cede e fica bastante rígida, tornando possível suportar o trânsito por cima. Outra vantagem deste material é que ele se compacta, mas tem a capacidade de absorver um pouco da umidade, pelos poros do cascalho, o que a piçarra não faz. Se o tempo inverna, a piçarra amolece e o chão começa a mexer, cedendo ao peso dos veículos. Na terra cascalhenta não. Ela se mantém firme. É a mesma terra usada em cascalhamento de estradas de terra. 


Outro mito que eu não acredito é a tal capacidade de absorver água que o calçamento recunhado tem. Vejam bem: segundo uma explicação razoável que tive recentemente, se contarmos as milhares de gretinhas num determinado percurso e se pensarmos que em cada gretinha desta um pouco de água é absorvido, tem razão de ser, mas por outro lado, se pensarmos nos milhões de litros de água que cada chuva traz consigo, esta absorção é ínfima e desprezível. A eficiência deverá vir mesmo da rede pluvial. E em segundo lugar, se eu pudesse decidir o tipo de forro do subsolo antes de receber o pavimento, eu escolheria a terra vermelha e por cima a cobertura de piche para impermeabilizar, antes de receber a areia lavada para o assentamento. Bom, mas depois eu continuo com estas notas teóricas sobre a cartilha.

Vou postar fotos de hoje, do serviço muito adiantado, quase pronto.
Um "zelador" que até dorme na obra...

Balbino e Tarcísio no recunhamento; a parte que demanda mais paciência, tampando cada buraquinho.

A turma acabando de completar os canteiros e nosso zelador a postos...

O serviço hoje, no encerramento do expediente - mais de dois terços terminado - acho que amanhã, se Deus quiser, deveremos terminar ou faltar bem pouco para isso.
Observe, abaixo, à esquerda, já foi liberado a passagem para os táxis, num trecho já recunhado - a passagem de carros faz o arranjo de pedras ficar mais estável e apertado, com a entrada da areia no meio das frestas.

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