Mais uma árvore agressiva vai ao
chão!
Diamantina está prestes a se
transformar em uma cidade bem mansinha. Pelo menos no que tange às árvores
agressivas, estão acabando com todas elas. Não bastasse a temeridade de
solicitar o corte de quatro enormes Ficus
na Rua Dr. Álvaro Mata, de uma Sibipiruna nos fundos do conservatório e nesta
semana, de uma Spatodea na frente do
Conservatório. Segura aí JK, que suas majestosas palmeiras imperiais podem ser
as próximas! Sim, porque suas grandes folhas, ficam ameaçadoramente
dependuradas e podem cair, danificando veículos estacionados embaixo delas.
Como em Diamantina os carros são os itens mais valorizados, não estranharei se
considerarem que as palmeiras deveriam ser sacrificadas em favor de meia dúzia
de vagas de estacionamento. Uma estupidez desta monta seria até condizente com
os desatinos que se tem praticado ultimamente. Numa cidade que valoriza mais o
espaço cedido aos veículos e despreza as benesses que áreas verdes fornecem a
todos, sem distinção, um desatino destes não é difícil de acontecer. Estou hoje
numa cidade chamada Águas de Lindóia, limite de Minas com São Paulo. Estou
maravilhado com as áreas verdes que por aqui são tratadas como áreas nobres,
tanto em terrenos particulares como públicos. Não é à toa que a cidade é uma
potência turística. Bobos são os diamantinenses que pensam que os turistas não
percebem o descaso do diamantinense com as áreas verdes. Os jardins nunca são
aguados, podados ou replantados. Quando um jardineiro resolve aparecer para cuidar
de algum, vai logo com uma roçadeira e corta mato, flores, grama, corta tudo.
Bobos são os diamantinenses que acham que a visão do Largo Dom João não imprime
uma péssima impressão ao visitante, logo que depara com aqueles jardins tão
maltratados, se é que podemos chamá-los assim. O patrimônio protege bem o
casario, mas tolos somos todos nós ao pensarmos que antigamente se vivia como
hoje, numa cidade sem nenhum verde. Podem conferir nas fotos antigas! Existiam,
sim e muitas. Só que, pouco a pouco, foram sumariamente julgadas e condenadas à
morte, pela agressividade com o conjunto arquitetônico do casario colonial.
Podem me chamar de ecochato e até de coisa pior. Podem dizer que meus protestos
são inócuos, que ninguém vai me dar importância, mas que fique registrado em
algum lugar que em algum momento, houve uma vozinha que se alevantou contra
estas barbaridades que andam fazendo por aí.
Vejam estas fotos abaixo: a primeira para mostrar que as árvores levantam a calçada, mas todos preferem consertar a calçada que cortar a árvore.
Na outra foto, uma visão panorãmica da cidade onde pode se perceber a natureza
Ricardo Lopes Rocha