Depois de muito tempo longe do blog, vou tentar reativá-lo, postando os artigos que escrevo para a Voz de Diamantina ou para a Gazeta Tijucana.
E aqui vai o artigo desta semana, que ainda nem saiu e trata-se de comentários acerca de plantio de árvores e conservação de jardins.
Podem comentar!
Uma questão de cultura
Estou em São Paulo participando
de um congresso de Odontologia. Campinas. Como não se pode deixar de andar um
pouco pela cidade, acabei conhecendo alguns pontos que me tocaram. E também não
posso deixar de comparar com nossa querida Diamantina. Um deles é a limpeza da
cidade, que como comentei na edição anterior, Diamantina apresenta-se especialmente
muito limpa. Campinas também. E com um sistema de recolhimento de lixo que pode
ser aproveitado por nossos gestores, pois sei que em alguns pontos da cidade o acúmulo
de lixo antes da coleta é um problema. O sistema que usam aqui é bem simples:
há caixas padronizadas de um plástico resistente, que acomoda todo o lixo de
uma rua ou local onde costumeiramente se coloca o lixo. O caminhão que recolhe
tem um mecanismo que as levanta e recolhe facilmente todo o lixo. Isso é bom
porque além de serem caixas grandes e pesadas, impedindo que cachorros a
vasculhem, elas podem ficar abertas e servirem de cesto de lixo aos passantes
também. É uma ideia legal. Outra ideia que achei deveras interessante são umas
caixas feitas de chapas de ferro, grandes, cheias de terra que servem como
enormes vasos para plantio de árvores nas ruas. Sem furar a calçada. Se em
Diamantina não se planta para evitar danos às calçadas, esta é uma ótima ideia
– vasos gigantes. Eles devem ter por volta de 1 metro e vinte de altura e uns
80 cm de lado. Não são tão grandes, mas comportam terra suficiente para abrigar
uma planta de pelo menos uns três metros de altura e peso suficiente para dar
equilíbrio ao conjunto. As laterais podem ser pintadas e as daqui têm imagens
de animais da mata atlântica. Dá um aspecto legal às ruas. Os vasos podem ser
retirados, a terra pode ser trocada. Gostei da ideia. Outra coisa que me tocou
é que visitei uma praça na qual existe um centro de convivência. Tipo uma feira
livre. Pois bem. Nesta praça, bem no centro dela, há uma árvore enorme e seca.
Vou repetir: no meio de uma praça central, toda bem cuidada, tem UMA ÁRVORE
SECA! Olhei, fiquei curioso e depois perguntei a um senhor há quanto tempo ela
está assim, pois de repente, podem estar esperando se recuperar de algum doença
para voltar a ter folhas. De repente, ela pode ter contraído uma doença fatal,
como a que acometeu aquele gigantesco ficus
da rodoviária de Diamantina – uma doença chamada vulgarmente de RANDAP
(obviamente não vou por a marca comercial, mas me entenderam, né?). Pois bem. O
ficus daqui não pegou desta “doença”
– foi morte natural mesmo e está há DEZ ANOS, NESTA PRAÇA, ASSIM, SECO!
Inclusive, há várias trepadeiras o enfeitando. Não quiseram cortá-lo mesmo
estando seco. Está lá, incólume, enfeitando majestosamente uma maravilhosa
praça do centro de Campinas e quem quiser conferir, é só procurar no “tio
Guglu” pela praça de convivência de Campinas que vocês verão. Isso sem falar da
notável arborização de toda a malha viária, das avenidas, ruas, etc. E todas
muito bem cuidadas! Já na nossa querida Diamantina, o ficus da rodoviária “adoeceu” misteriosamente para ser eliminado. É
triste. Acho que se trata mesmo de uma questão de cultura, por isso, quando
alguém se mete a nos chamar de “atenienses do norte”, fico com certas
dúvidas... Entretanto, não posso também deixar de ressalvar o aspecto da Praça
Coração de Jesus, que está sim, mudando de visual. Tomara que outras praças
fiquem paulatinamente mais verdes e sejam brindadas com jardineiros fixos, para
cuidar das plantas todos os dias.
Ricardo Lopes Rocha
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